As pessoas que se juntam nos grupos, são as pessoas que precisam estar juntas.
As pessoas que se juntam a pares, são as pessoas que precisam estar juntas numa relação dual, mais próxima. As pessoas que se juntam são as pessoas que têm algo para dar/ensinar umas às outras e que, naquele instante, tudo se conjuga para que isso possa acontecer.
Vejo esta característica materializar-se à minha frente nos Grupos de Psicoterapia Online e nos Grupos de Psicoterapia na Natureza.
Não me perguntem qual é a razão exata pela qual isto acontece que eu não sei responder.
Acredito que há uma espécie de campo energético que atrai as pessoas umas às outras.
Acredito que, naquele momento, a forma como as pessoas se juntam, vai dar-lhes exatamente aquilo de que elas precisam. E reparem, pode não ser o que elas querem, mas sim o que elas precisam. Acredito que, duma maneira ou de outra, a nível inconsciente, as pessoas sabem onde têm que ir, com quem precisam ficar. Só têm que permitir-se ouvi-lo dentro de si.
Já vi acontecer, na Psicoterapia na Natureza, uma mulher com feridas profundas relacionadas com o masculino, vivenciar uma partilha com um homem, e através dessa partilha ter permitido sarar algumas das suas feridas. E este mesmo homem, com saudades de um abraço apertado, encontrou nela provavelmente a única pessoa daquele grupo capaz de lhe dar aquele abraço de urso que ele tanto precisava.
Também vi duas mulheres juntarem-se “aleatoriamente”. Uma, mais velha, com feridas profundas na relação com os filhos e com a sua capacidade para a maternidade arrasada. Outra, mais nova, com feridas profundas no relacionamento com a sua mãe e com uma dependência grande do seu filho. A primeira foi forçada a deixar os filhos voar. A segunda está a aprender como soltar o filho sem perder a sua identidade materna, o seu vínculo, o seu amor. Estão a aprender uma com a outra. Naqueles instantes, a primeira pôde ser mãe da segunda, reparando um pouco a sua capacidade materna. Naqueles instantes, a segunda pôde ser filha de uma “boa mãe”, reparando o vínculo com a figura materna.
E eu fico reflexiva, enternecida a contemplar estas coincidências.
Os grupos que se juntam são os grupos que têm que se juntar!
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