Em pouco tempo o meu filho chorou 3 vezes. Por coisas “pequeninas” do tipo estar a brincar e o brinquedo não ter ficado exatamente da forma que ele queria.
A cada choro eu aproximava-me para perceber melhor a origem do choro e para lhe oferecer a minha ajuda. Ele ficava tranquilo, mas à dificuldade/contrariedade seguinte voltavam as lágrimas.
À terceira vez, ao ver as lágrimas grossas na sua carinha, fez-se um clique cá dentro e imaginei que ele não chorava por causa da brincadeira. Ele chorava porque está sensível. Chorava porque há 5 dias que não saía de casa. Chorava porque está fora da sua rotina de conforto. Chorava porque há um “vírus à solta” que nos deixou a todos a vida virada do avesso.
Chorava porque percebe angústia no ar.
Parei tudo e fui ter com ele. Peguei-lhe ao colo, abracei-o e deixei-o chorar. A dor que estava lá dentro precisava ser acolhida para poder sair. Embalei-o no meu colo, fiz-lhe festinhas nas costas e dei-lhe muitos beijinhos.
À medida que se acalmou o suficiente comecei a fazer respirações calmas e profundas, que ele podia sentir no meu abraço. Pouco tempo depois ele respirava calmamente, tal como eu. As lágrimas pararam e quando já não precisava do conforto do meu colo, saiu e foi brincar.
Não houve mais nenhum choro o resto do dia.
Às vezes não precisamos palavras.
Às vezes precisamos estar. Abraçar. Acolher.
Às vezes precisamos de encontrar a calma dentro de nós, para ajudar os nossos filhos.
“Só isso”.
(A foto foi de outra altura, claro!) .
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